domingo, 21 de março de 2021

A história do armário Era um rapaz bem apessoado, estava estudando direito e ainda morava na casa dos pais. Resolveu nas férias viajar e como tinha economizado algum dinheiro, trocou em euros e os pais lhe deram de presente uma passagem para a Europa, mais precisamente para Frankfurt. Assim, poderia conhecer alguma universidade na Alemanha para depois de formado, onde pretendia fazer um doutorado ou mestrado, foi o que disse para os pais, quando agradeceu o presente. Ele era de origem alemã, mas os pais, já haviam nascido no Brasil. Seu nome era Norberto Schuster, e ele era um rapaz bonito, com um cabelo louro, pele clara, corpo esbelto e como falava o alemão desde pequeno, antes do português, estava muito confiante em viajar e conhecer outras pessoas e outros lugares. Ele tinha um plano, como havia comprado o Europass, que era uma passagem de trem que podia viajar por toda a Europa, em primeira classe, ele tinha imaginado tomar o primeiro trem que saísse da estação ferroviária de Frankfurt, sem escolher o lugar, a direção, para onde iria, se para o norte ou para o sul e em dado momento, quando o trem parasse numa estação, ele desceria e conheceria a cidade, ficaria dois ou três dias e assim sucessivamente, até completar um mês, quando voltaria para o Brasil. Embarcou no avião, contente, e já imaginando os lugares que não foram escolhidos e seriam visitados na casualidade. Quando chegou no aeroporto de Frankfurt, depois de mostrar o passaporte e após pegar a sua pequena valise, dirigiu-se, seguindo as indicações das placas, para a estação de trem, não olhou de propósito, para onde o trem se dirigia, porque pretendia descer em algum lugar que o trem parasse. Encontrou um lugar perto da saída, olhou em volta para os companheiros de viagem e percebeu que eram muito poucos, um senhor elegante, com uma gravata azul em pois, sentado muito ereto e empertigado olhando pela janela, mas dava a impressão que na verdade não olhava, pensava. Mais adiante, uma senhora muito gorda, sentada quase que ocupando dois lugares, vestida de negro, mas com um lenço enfeitado com rosas na cabeça com cabelos grisalhos com algumas mechas aparecendo na altura da testa. Parecia um pouco triste e desamparada, na frete dela duas menina, com vestidos iguais, com golas brancas de piquê, estavam sentadas, olhavam e abanavam para fora enquanto a chamavam de vovó. Em seguida, após um estridente apito, o trem iniciou uma marcha silenciosa que foi acelerando aos poucos enquanto Norbert olhava pela janela as casas da periferia da cidade iam passando, no início ele podia destacar com certa minúcia, o frontão de uma casa, uma janela aberta, um jardim com flores, um portão de garagem, um pequeno edifício amarelo, uma loja com portas verdes, mas em seguida a paisagem foi passando mais rápida. Norberto tinha escolhido o RB (Regional Bahn) os tradicionais pinga-pinga, que são usados para viagens entre cidades próximas, são mais lentos e fazem diversas paradas. Depois de acomodar sua pequena valise no compartimento acima de sua poltrona, sentou-se comodamente e tirou da mochila um jornal que havia pegado no aeroporto. Mas apenas leu os primeiros títulos do jornal, seus olhos se fecharam e ele adormeceu, porque estava cansado da viagem de avião. Acordou quando o funcionário ferroviário pediu-lhe o tíquete da viagem, então viu que tinha dormido uma meia hora e que muitas estações já haviam passado, resolveu, assim, descer na próxima estação, quando viu que já estava anoitecendo. Não demorou muito o trem diminuiu a velocidade e parou numa pequena estação, onde algumas pessoas esperavam puxando suas valises. Norberto, também puxando sua mala, aproximou-se da porta, e tratou de sair antes que os próximos viajantes entrassem. Viu um homem aproximar-se e perguntar se ele já tinha um hotel, mas como falou tão rápido e com um dialeto da região, ele não entendeu e apenas sacudiu a cabeça num gesto negativo. De propósito não leu a placa que estampava o nome da cidade, no portão de saída da estação. Atravessou a rua e iniciou a caminhar numa rua larga, com pouco movimento de carros e um grande número de placas indicando hotéis. Norberto, continuou andando, olhando para as casas todas muito conservadas, algumas com travejamento à vista, outras com enxaimel e às fachadas enfeitadas com desenhos. Encantado com os jardins floridos e bem cuidados, ele encontrou uma praça em forma retangular com algumas árvores, como faias e bétulas, além de esmerados canteiros com centáureas, flor nacional da Alemanha. Num canto da praça, viu um hotel que alugava quarto por dia e para lá se dirigiu pensando que nesta cidade não tem muita coisa para se ver. Depois de entregar seu cartão de crédito e dizer que queria ficar apenas dois dias e disse que tinha vindo à negócios, quando foi perguntado e seguiu a senhora que o tinha atendido, até o segundo andar. Entrou no quarto depois de receber a chave e se informar da hora do café da manhã. O quarto era pequeno, havia uma janela com persianas verdes que abriam para a praça, além de uma cama de casal com um pequeno dossel, que ele não conhecia e achou estranho. Encostado na parede, aos pés da cama, tinha um grande armário em estilo alemão, muito largo, com dois gavetões na parte de baixo. Ainda uma prateleira de vidro em cima de uma pequena pia no canto esquerdo do armário. Norberto examinou o quarto e pensou, é modesto, é pequeno, mas como vou embora logo, este serve, e tem um bom preço! Deu-se conta que tinha fome e, como a temperatura estava quente e ele vestia uma jaqueta, resolveu mudar a camisa. Antes, como era seu hábito, desde criança, abriu o armário para guardar a jaqueta. Na parte de trás do roupeiro, viu alguma coisa se mexendo, sentou na cama e ficou estarrecido, olhando e olhando, esfregou os olhos, pensou, estou cansado, estou sonhando, quando viu na sua frente, uma cortina marrom no fundo do roupeiro se abrir e surgir uma moça loura, com os olhos amendoados, vestida com uma leve camisola que a cobria até os pés. Ela olhou para ele com um leve sorriso, sem falar. Norberto, também, não conseguia falar, mudo, olhando para a moça que se sentou no móvel, colocando as pernas cruzadas no chão do quarto, na frente do armário. Ele, sem conseguir tirar os olhos dela disse gaguejando, num alemão quase que incompreensível: “Não quer entrar ou ...acho melhor sair?” Ela levantou-se e sentou-se na cama ao lado dele e perguntou de maneira suave, se ele estava com fome, que ela estava. Ainda procurando se recompor, e querendo saber a verdade, como ela estava ali, como tinha acontecido tudo. Ela murmurou baixinho, “Vamos comer!” E logo acrescentou: “ Devo contar”? Norberto passou um mês nessa cidade e quando voltou ao Brasil, teve que inventar diversas cidades que visitou em sonhos.

domingo, 20 de maio de 2012

PORTO ALEGRE

PRAÇA DA MATRIZ DOS JACARANDÁS FLORIDOS
Quem passou a infância na Praça da Matriz em Porto Alegre, não esquece jamais as brincadeiras no dragão e nos cachorros de bronze, andar de bicicleta no redondo e, sobretudo, os jacarandás floridos.

Palácio Piratini
Catedral Metropolitana
Monumento a Júlio de Castilhos













Teatro São Pedro




O CENTRO

Prefeitura


Rua da Praia



A Praça da Alfândega

Museu Iberê Camargo





Ponte de Pedra

Monumento aos Açorianos de Carlos Thenius

Centro Administrativo
OS PRÉDIOS DO CENTRO

Banco Nacional do Comércio atual Banco Santander

Correios e Telégrafos atual Memorial do Rio Grande do Sul

 Alfandega atual Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli




















Hotel Majestic atual Casa de Cultura Mário Quintana

O nosso grande poeta Mário Quintana

Prédio da Federação
 (Jornal do Partido Republicano, Julio de Castilhos e Borges de Medeiros)
atual Museu Hipólito da Costa


Prédio do III Exército                    


Igreja Nossa Senhora das Dores


OS MOINHOS 






O IPANEMA